A tragédia de Mauri Lima e a realidade dos acidentes de trânsito

No dia 7 de dezembro de 2025, o cantor Mauri Lima faleceu aos 55 anos em um grave acidente rodoviário envolvendo uma van, uma carreta e um automóvel, na Rodovia Régis Bittencourt, em Miracatu (SP).
Esse tipo de colisão — especialmente em alta velocidade e com múltiplos veículos — provoca forças intensas sobre o corpo humano, frequentemente resultando em ferimentos letais ou graves traumatismos internos.

Mas o que realmente acontece com o corpo, desde o impacto até os processos naturais da morte? A seguir, explicamos os mecanismos de trauma e as transformações fisiológicas e cadavéricas que se seguem.

Por que acidentes de carro causam danos tão graves: a física do impacto no corpo humano

• Quando um carro em movimento é subitamente freado ou colide com outro objeto, o corpo dos ocupantes tende a continuar em movimento pela inércia — até que se choquem contra o volante, o para-brisa, os vidros, bancos ou estruturas do veículo.
• Esse movimento brusco pode provocar desde fraturas ósseas até lesões internas. Ossos, órgãos, vasos sanguíneos e o sistema nervoso sofrem desacelerações súbitas e choques internos — às vezes mais graves que as lesões externas aparentes.
• Mesmo com o uso de cinto de segurança, existe o risco do chamado “efeito chicote” (whiplash): o corpo é contido pelo cinto, mas cabeça e pescoço continuam o movimento, o que pode levar a lesões cervicais ou traumáticas no crânio.
• Entre os principais danos causados por acidentes graves estão: traumatismo craniano, concussões, lesões cerebrais, fraturas múltiplas, hemorragias internas, perfurações de órgãos (pulmão, coração) e lacerações provocadas por estruturas metálicas ou estilhaços de vidro.

Em acidentes de grande energia — como o que resultou na morte de Mauri Lima — os danos podem ser tão intensos que a sobrevivência torna-se improvável, ou mesmo que a morte seja instantânea ou quase imediata.

O que acontece com o corpo após a morte — os fenômenos cadavéricos

Quando a vida cessa, o corpo humano passa por uma série de transformações fisiológicas e bioquímicas, algumas visíveis rapidamente, outras desencadeadas com o tempo. A área da medicina legal que estuda essas transformações é chamada de tanatologia.

Principais etapas iniciais

• Parada das funções vitais: o cérebro, o coração e os pulmões param de funcionar — cessam respiração, circulação e atividade nervosa central.
• Palidez cadavérica (pallor mortis): pouco tempo depois, a pele perde a coloração normal porque o sangue deixa de circular nos capilares.
• Hipóstase (livor mortis): com a parada da circulação, o sangue tende a se acumular nas partes mais baixas do corpo, por ação da gravidade — causando manchas arroxeadas ou azuladas. Esse fenômeno pode começar dentro de 20 a 45 minutos após a morte, tornando-se mais evidente em 1 a 3 horas.